A Paz que defendemos é produto de nossa íntima convivência com nossa alma e, portanto, paz interior. O primeiro exercício da paz desenvolve-se através da paciência. Sem paciência não podemos ter paz. Qualquer pessoa que já tenha alguma experiência sabe como sofreu por tentar apresar o tempo.
Nunca uma árvore se faz árvore sem o paciente labor da semente. Se essa paciência é transferida para nosso campo moral, dela se forma uma planta interior e merece um cuidado todo especial. Grande parte de nossos sofrimentos vem pela tentativa de antecipar os acontecimentos, o que gera a ansiedade, que é inimiga da paz. A primeira recompensa de quem exercita a paciência é sentir paz interior.
Nessa gradação, chegamos à bem-aventurança. Só então, é que começamos a sentir verdadeiramente o nosso espírito, a nossa comunhão com Deus ou Força Crística que está em nós. É preciso, por isso, cultivar a paciência, que nos dias atuais é talvez o dom mais precioso para cada homem, para cada mulher.
Vemos, assim, que desejar a paz interior de uma hora para outra, sem preparação, é muito difícil. Mais difícil ainda é querer um estado místico de superação de nosso processo humano, instintivo, para atingir a bem-aventurança.
Portanto, o maior exercício para quem deseja manter um estado de paz é o exercício da paciência, iluminada pelo nosso Cristo Interior.
Fonte: Jornal Mensagem de Luiz Goulart – julho de 1983