Comunidade sem Limites

Diante da violência que campeia pelo mundo, o que mais nos aflige é sabermos da solidão angustiante em que se ilham em si mesmos os sensíveis da Terra: milhares de criaturas cujas almas, afinadas no aparelho do sentimento, não compreendem a razão de ser da cruel agressão das guerras, enfim, dessa sociedade caótica que não dá espaço à comunhão do Sonho. Pensando exatamente nesses seres dispersos em toda a Terra, ocorre-nos dizer-Ihes que não estão tão sós como imaginam. E para demonstrar a eficácia e a possibilidade dessa união, sugerimos a criação da Comunidade sem Limites. Uma comunidade cuja força se faria pela comunicação daqueles que descobriram o mundo transparente e luminoso da sensibilidade e da Poesia. Poesia como meio de expansão estética do Sonho, que permita o intercâmbio da linguagem e da atitude plenas de harmonia e paz, e que suplantem o barbarismo implantado na sociedade moderna.
A Comunidade sem Limites seria, pois, mundial e extensiva além das fronteiras dos preconceitos. Que cada um dos sensíveis possa, através dos meios de comunicação, clamar "Eu estou aqui!" E todos nós, igualmente sensíveis, correríamos ao seu encontro, dizendo que ele faz parte de nossa Comunidade sem Limites.

 

DIÁRIO DE UM PACIFISTA

Se desejarmos extirpar de fato a violência, fechemos as fábricas de armas em toda a Terra e abramos, em seus lugares, campos de trigo, hospitais, escolas e maternidades, e não falemos às novas gerações chegadas ao mundo, que um dia sequer o homem fez comércio com a morte e a violência, matando seus semelhantes. E em vez do materialismo ativista de nossos dias, tomemos como realidade a alma, o interior da criança onde as flores da Paz deverão surgir das sementes de uma Filosofia Pacifista – gerando frutos de Amor Universal em cada coração infantil que irá amanhã dirigir o mundo.
A violência tomou definitivamente caráter epidêmico, Como a poliomielite, que ataca o corpo de modo irreparável, o vírus da violência atinge o caráter da criança e deforma sua estrutura psíquica. Se para as epidemias encontramos meios e:ficazes, devemos descobrir o agente premonitório contra a violência, na semente oculta do Amor plantada no coração da criança. Só assim cremos seja possível prevalecer a Luz sobre a treva, a Paz sobre a guerra.

ESSENCIALISMO

VIBRAÇÃO INTERIOR DO SER

Ninguém ignora que o Som e a Luz estão condicionados à Energia e se desenvolvem em termos de vibração. Temos, porém, como certa que toda vibração, em si mesma, em qualquer grau de vibrações, é sempre som.

Nossa percepção sensorial, mesmo acrescida dos engenhos e aparelhagens físicas, jamais atingiram a essência em si mesma do som, como a essência íntima da luz.

Cremos porém que a interna convivência com o nosso Eu Vital nos permite encontrar perfeita relação entre as formas e as vibrações ocultas na matéria. O Eu Vital, em sua passagem pelos reinos da Natureza, é capaz de constatar em seu Íntimo a Luz e o Som que vibram nas cores e nas notas musicais, no reino atômico, no reino mineral, no reino vegetal, no reino animal e, com toda plenitude, no reino hominal.

Quem diz que ouve música somente com seus ouvidos físicos não sabe ainda avaliar a grandeza do mundo do som. O mesmo acontecendo com aqueles que pensam que os pintores executam suas obras somente para os olhos físicos. De fato, a imagem externa vai ser, interiormente, sempre uma declaração simbólica do estado d'alma. Se ouvimos ou vemos e não sentimos, nossa Alma está alheia ou nossa sensibilidade recolhida...

Neste ponto, os místicos orientais nos dão lições preciosas do valor do som, principalmente quando proferido pela voz humana. Os hindus, por exemplo, admitem sons ou tônicas que correspondem às vibrações mantenedoras da Vida, em cinco regiões do corpo humano: han-akâsa ou éter (na cabeça); ram-tejas ou fogo (no peito); pam-vâyu ou ar (do ventre até o meio das coxas); vam-âpas ou água (do meio das coxas até abaixo do joelho); Iam-prithivî ou terra (do joelho à planta dos pés) - os cinco elementos da Natureza. Estes elementos são os meios constitutivos da matéria, agrupados e vivificados pelas vibrações produzidas isoladamente pelos sons (muitas vezes inaudíveis) na boca humana.


TRECHOS EXTRAÍDOS DA OBRA
FILOSOFIA E CIÊNCIA
DA ÍNDIA

De tanto procurarmos esquecer inutilmente o nosso sofrimento, acabamos por buscar um meio libertador que talvez a Filosofia nos apresente.

* * *

O homem modela seu destino de aflições na medida em que deseja.

* * *

Faz-se necessário encontrarmos algo que interligue a nossa vida abstrata à vida concreta. Uma "ponte" que constatamos existir em nossa consciência ao observarmos que transitamos mentalmente em nossa vida interior. Partimos muitas vezes das cogitações mais densas e mergulhamos em nosso íntimo em regiões sutilíssimas, praticamente indefiníveis para nós.

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Liberto do desejo e entregue à meditação, o homem se transforma num arhat, ou seja um auto-iniciado - já que a senda de Gautama, o Buddha, não reconhece intermediários entre o homem e a Sabedoria.

* * *

Tudo canta em a Natureza. Tudo é música no Cosmos. E a Poesia, transfeita e revestida de versos habitados por palavras, traz o mistério do encantamento. E o que somos sem nos encantarmos? Nada. Instrumentos vazios, sem vibração, sem som, sem Amor.

* * *

Para Patãnjali (segundo suas próprias palavras) "a Yoga é o controle das idéias do espírito" Há em nosso ser oculto idéias que não podem ser atingidas sem a união (ou yoga) entre o eu menor e o Eu maior. Deve, segundo esse rishi, haver "identificação com as próprias idéias."

* * *

Raros descobriram as Fontes Sagradas que fariam compreender quão divinos são os seres em seu interior, e terrivelmente satânicos em sua personalidade conflitada.

A Troca de Máscaras

Talvez pensem que eu uso de ironia:
O reencarnar recai no trivial
Quando é descrito sem filosofia,
Lembrando até o tolo carnaval.

É como se, por mera fantasia,
Á alma do morto, ao ir para o astral,
Lá deixa a máscara com que ele via
O mundo... em troca de outra desigual.

Dirá o crente em sua devoção,
Sobre o destino dado à criatura:
- Não é tão simples a reencarnação,

Nem é questão da máscara futura,
Mas sim do que ela colhe na amplidão,
Segundo a Lei do Karma que perdura.


Horas terríveis de treva e aturdimento mental avassalam a pobre Humanidade. No charco negro do instinto, as criaturas, arrastadas por opiniões, credos e partidos, perdem o olhar do infinito presas nas malhas das limitações impostas por conglobados tirânicos que fazem, em pleno século das mais transcendentais conquistas científicas, o tabu do verdadeiro conhecimento da vida e da finalidade da existência, única e exclusivamente para que a fórmula de escravidão de almas traga, sob a mentira das aparências, o poderio do ouro conquistado outrora e como domínio ainda nos tempos presentes... Seria por demais trágico o espetáculo que presenciariam nossos olhos se levantássemos o véu que encobre a História da Humanidade. Quantos, regressando mentalmente ao passado, não enlouqueceriam ante os gritos de dor da fé, pobre fé... imposta pelas tenazes do martírio. Quanto silêncio de nobres pensamentos crepitando nas chamas do ódio.

Não! Cerremos para sempre, no palco pardacento, as cortinas multicores da Ilusão!

A Humanidade marcha! Queiram ou não. Pela vontade de muitos, teria parado nas portas da limitação e o átomo de Demócrito estaria ainda hoje como poeira inútil na imensa praia da mentira. A Humanidade marcha! Os séculos são dias na vida do Homem. As dores impostas são pedras mesquinhas nos passos da Alma em demanda da Luz. O horizonte dos olhos do Espírito tem seu ponto de fuga acima das barragens criadas pela pretensão humana e instintiva. Nada impede a sua visão divina. Muitos ainda não se aperceberam da dualidade da Vida e do Universo do qual participamos como partículas da grande Unidade - que é Deus!

A Humanidade marcha! As horas terríveis do presente hão de ainda transformar-se na grande força do Bem. Os senhores da Paz, unidos às falanges dos Anjos do Amor Universal, escrevem no azul dos Céus, com as tintas do sofrimento dos povos, a mensagem trazida na alma de Jesus: Amai-vos uns aos outros quanto eu vos amei.

Reflexões

Como poderemos amar nosso semelhante, se não amarmos nosso interior, parte nossa, onde mora nosso Amor?

* * *

Ninguém vê o sentimento porque ninguém vê o corpo da alma... Nossas almas são pássaros diáfanos que voam no espaço, invisíveis como os anjos.

* * *

Contempla-se com a alma. Os olhos servem de janelas por onde a animadora da existência - a Sensibilidade - divisa o que só ela pode ver.

* * *

Há instantes em que desejamos estar acima do homem de pó e viver como poeira perdida na Imensidade. Quem ainda não sentiu isso numa noite absurdamente clara de estrelas?

* * *

Invade-me profundo respeito aos que são capazes de descobrir tesouros com um simples chamamento de sua alma à função de seus sentidos.

* * *

Sem contemplar o sublime, quer em a Natureza ou em nós mesmos, não podemos atingir a Felicidade. E o que será a Felicidade? Talvez um instante feliz que contemplamos dentro de nossa alma.

* * *

Se todos, exclusivamente, cultivassem um sentimento próprio, entre dois, a Humanidade não teria tido a visita dos verdadeiros idealistas.


Palavra de amor também é caridade!
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A Luz e a Aparência

Amigo, fecha a vela do teu barco e navega nas águas iluminadas do mar azul do Espírito, onde não são necessários os imperativos que te ordenam os ventos do capricho. De que vale ir daqui para ali, de cá para lá, se procuras em vão, em todos os oráculos, embora divinos, se igualmente celestiais são as águas nascidas da fonte de teu Espírito?

Não está na vã aparência, a Verdade que procuras. No oculto que teus olhos não vêem, brilha, talvez, o sol que te cegaria para sempre.

Quem busca descobrir na forma a essência, candidata-se à desilusão... Por isso, não exaltemos a criatura de espírito, mas sim o Espírito da criatura. Por que exaltares a ânfora se o que dessedenta é o líquido divino?

Não confundas a luz com o gesto; a mão de carne com a centelha que abençoa. Andas atrás de sinais e esqueces a mais estupenda manifestação que é a tua própria existência! Razões tinha Sócrates ao afirmar: "Sê ponderado e não te preocupes com que sejam bons ou maus os mestres de filosofia, e sim, pensa unicamente na própria filosofia". Devemos, pois, buscar em nós mesmos a Verdade, antes de procurar quem está com a Verdade.

Se o Reino de Deus está em nós mesmos e nos aconselha o Mestre Jesus a procurá-lo junto com a Justiça - garantindo-nos que todo o resto nos seria acrescentado, Bacon segue perfeitamente este pensamento quando diz: "Procura primeiro as boas coisas do espírito, que o resto será suprido ou não sentiremos sua perda".

Tudo nasce do Espírito e para o Espírito volverá. Aquele que, primeiramente, habituar-se a descobrir por seu próprio esforço a Verdade, jamais terá desencantos com homens ou fatos.

São frágeis os que depositam mais devoção nas imagens do que na força que elas simbolizam. Assim pensando, veremos tudo e todos unidos num só espírito e sentiremos que nós e o Universo somos um com o Pai.

Tua vida está unida à Vida de Deus. Procura, portanto, a Vida de Deus em tua própria vida!

Pensemos Positivamente

Meu Deus! Ele está demorando tanto! Será que aconteceu alguma coisa?

Passos apressados soam nervosos de um lado para outro.

Calma! Não coloques tua mente assim, como joguete dos maus pensamentos! Não deixes que essa maravilha que é teu corpo seja prejudicado pelos pensamentos em tumulto. Por que pensar no pior?

Na vida, devemos sempre pensar no melhor... porque mesmo aquilo que tomamos como sombra, muitas vezes não é um mal, mas um bem. Quem é mais forte do que o Criador dos Mundos. para controlar os acontecimentos?

Pensemos sempre positivamente! Por que deixarmos que nossa mente se turbe? Levemos a nossos semelhantes pensamentos de amor, de alegria e de paz.

Cada ser vem ao mundo com determinada quantidade de fatos que terá de enfrentar. É como se Deus, Todo-Poderoso, desse a cada alma que vem á Terra um buquê de flores e dissesse:

Meu filho, cada fato de tua existência equivale a uma destas flores. EIas são sem cor nem perfume. Conforme teu modo de enfrentar as provações da existência, darás para elas um colorido e um perfume.

Assim, usemos de amor e carinho para que possamos colorir as pétalas de nosso próprio ramalhete e ainda ajudar aos nossos semelhantes a colorir, com os matizes mais belos, as flores de seu buquê. No coração cheio de amor não existem cores sombrias e cinzentas, mas a mais bela gradação de cores que se possa imaginar. E quem gostaria de possuir flores de trevas e sem perfume?

Esta imagem é bem o exemplo do livre-arbítrio que nos permite suavizar e nossa caminhada neste mundo, trazendo em nossa alma a serenidade e a paz para amparar e Iluminar aqueles que ainda não conseguiram trazer ao coração o sol do amor, a rosa da quietude e a brisa suavizante da paz interior.

A Divisão do Homem

Diziam os sábios
Lá no velho Egito,
Com respeito
Ao ser humano,
Que ele é dividido
Em cabeça, peito
E ventre.

Desse modo, PIatão,
Segundo seu nobre ensinamento,
Recorria à mesma divisão:

Na cabeça ele punha a gnose
Ou a base de todo pensamento,
No peito, a kardia
Que equivale ao elevado sentimento;
E, no ventre, a emoção,
Tida por ele como epitimia.

Assim o Egito e a Grécia
Disseram o homem possuir
Três fortes atributos
Que imperam em seu modo
De viver e progredir.
Sendo porém bem variável
O uso dessas partes divididas.
Para alguns, o seu ventre,
Senhor da emoção, é indomável.
Havendo aqueles em que a kardia,
Ou sede de seu próprio sentimento,
Tem acordes do coração
Repletos de beleza e de poesia.

Por fim, tomam destaque, na gnose,
Os pensadores,
Puros amantes da Filosofia,
Merecem das Alturas os louvores.

Importa, na arte de viver,
Que as três partes –
Cabeça, peito e ventre, –
De funções bem separadas,
Ajam sempre, entre si,
Perenemente controladas.

É útil não esquecer
Que essas partes, relativas
À vida de cada ser,
Formam, às vezes,
Três tipos diferentes,
Segundo os temperamentos:
O intelectual,
O sentimental

Como normas gerais
É bom não haver convivências
Com os tipos que não sejam iguais
Nos seus caracteres
E tendências.

PARA SUA MEDITAÇÃO

Qual de nós já não teve na vida arrependimento por ter-nos faltado a devida reflexão antes de proferirmos alguma coisa? E o que é mais comum é essa palavra solta, não meditada, essa palavra que pode ser capaz de iluminar ou de destruir uma alma.

* * *

Tudo vem para quem está pacificado. O Mestre se aproxima quando a tônica vibra em correlação com a sua natureza espiritual. E quando o medo das dores se torna irrisório, só pensamos na paz, paz para merecermos estar com o Bem-Amado. Eis o sentido clássico do "Cristo que vive em mim". O Mestre é o Cristo Interno, raio do Sol do Cristo Cósmico.

* * *

Uma infinidade do problemas surgem porque há julgamento apressado. Tais criaturas têm justificativas e respostas para todas as perguntas do mundo... Pensam que sabem, sem meditar. Como alguns médicos que receitam sem auscultar, examinar, estudar o doente.

* * *

Quantos fatos que hoje nos acontecem não foram provocados por atitudes antigas, impensadas! Sem entrar no mérito de encarnações pretéritas, posso afirmar que, numa infinidade de coisas que nos contrariam fomos nós que criamos o motivo da contrariedade. Se começarmos o meditar sobre nossas atitudes e palavras diante do mundo, teremos dado um passo avançado para nossa paz interior.

* * *

Não me considero em mestre, em absoluto. Sou um discípulo diante de um caminho espiritual, onde todos as dias aprendo e aprenderei com os Mestres, com o mundo - e posso dizer que o conselho da reflexão, antes das palavras e atitudes, sempre me foi dado. Todas as vezes que um estado superior de consciência me permitiu aplicá-lo, isso me deu uma vitória moral muito grande. Todas as vezes que, no entanto, me precipitei, só por muita sorte e misericórdia divinas, as coisas não foram muito mal.

* * *

Não há superioridade de homem pare homem, mas sim a relevância dos serviços que cada um presta ao semelhante.

QUEM NÃO SOFRE?

Não faz muito tempo, encontrei por acaso um velho amigo que, mesmo quando está distante, eu o guardo sempre no interior de meu pensamento. E como é agradável recordar sua figura meiga e jovial, apesar de seus vividos setenta anos. Costuma, humildemente, dizer: "Quase todos têm seus hábitos, seus vícios, eu tenho o meu: não posso passar um dia sem procurar um aflito, um necessitado, sem dar uma palavrinha que seja de ânimo e coragem."

Quem, como eu, o conhece intimamente sabe que é verdade. Tanto assim que, neste último encontro, observando que ele levava um maço de papéis embaixo do braço, perguntei: "Alguma produção nova?". "Sim - respondeu-me - uns versinhos". "Posso ler?" - Oh, como não?" E passou-me logo um papelzinho escrito com sua letra miudinha e já um pouco trêmula. Li e era assim:

A quem sofre

Ninguém está só.
Enxuga as lágrimas e pensa
Que além, em luz existe um outro ser
Liberto desta treva densa!

Ninguém está só.
Alguém está presente.
Teus passos, nesta vida, vai seguindo...
E tua grande dor também sente.

Ninguém está só.
Tuas lágrimas serão flores
No jardim da Eternidade,
Onde não moram mais as dores.

Ninguém está só.
Existe luz no sofrimento;
Luz tão estranha, luz imaterial,
Toda feita de pressentimento.

Ninguém está só.
Está presente a grande Luz.
Está presente em meio à tua dor,
A imagem divina de Jesus...


Antes que desse minha opinião, ele ofereceu-me a cópia do poema e disse:
– Amigo, fica com essa...
E aqui levo o poema copiado milhares de vezes. Se pudesse, colocaria recados de Amor em todas as casas, dos casebres aos palácios... Enfim, deixaria meu coração em todas as casas do planeta...
Meu amigo, quem não sofre?

BOTÃO DE ESPERANÇA

Imagina um mundo onde as coisas falam e as fadas existem, onde a realidade toma as vestes da ilusão, a fantasia da realidade, onde bonecos sentem frio e as criaturas de carne e osso são como bonecos... Imagina um mundo dentro de outro mundo e compreenderás a alma da criança.

A criança é um ser encantador que sonha dentro da vida encantada Mas que realidade imensa dentro desse devaneio infantil, onde se desenvolvem e formam todo o cabedal das realizações futuras e toda a definição do caráter que destacará a individualidade em face da vida Argila feita de pó luminoso, a alma da criança necessita de mãos puras e desprendidas que modelem seu futuro. A criança de hoje acumula o que distribuirá à Humanidade pelo resto de sua existência. A Humanidade de hoje é o fruto da infância de ontem.

O que tem feito o mundo pela infância? Quase nada. Olhando a criança como um ser à parte, não a trata como o bom jardineiro. Ele sabe que do cuidado dispensado à roseira depende o perfume da rosa vindoura O que tem perturbado o mundo são as infâncias desiguais. Há crianças que são roseiras cuidadas, outras crescem sem jardineiro, como espinheiro bravo, sem flores, sem perfume...

De quem é a culpa? Certamente do imediatismo dos homens que exemplificam, com gestos de egoísmo, a destruição do sonho de Amor que deve viver no pequenino coração que se forma para a vida.

Que esperar, então, dessas crianças sem pão, sem lar, sem agasalho? Elas estão ouvindo, como orientação futura, que cada país tem uma bomba mais forte para destruir a Humanidade! Que esperar desses pobrezinhos que mal começam a soletrar as primeiras letras? Eles vêem logo a pureza de seus sonhos maculada pela manchete negra dos meios de comunicação que, não respeitando a alma infantil, constróem, das imagens gravadas no filme da imaginação, o homem de amanhã.

O trabalho de dedicação à infância deveria ser permanente. Todos os dias pertenceriam aos cora coraçõezinhos de hoje que levarão sangue e vida para a continuidade da civilização.

VERBETES DO
GLOSSARIO ESOTÉRICO


DESTINO - (do latim: destinare) O mesmo que os romanos chamavam de fatum. Quanto à mitologia greco-romana, Zeus ou Júpiter não pode opor-se a seus desígnios. Tem, mitologicamente, as Moiras e Tique como seus auxiliares. Cabe ao destino encadear os acontecimentos até transformá-los num fato definitivo, inapelável. É plenamente aceito pelos fatalistas.(*v fatalismo)

ENCANTO - (do latim: incantare) No ocultismo, é produto de forças desconhecidas que imantam seres, objetos e toda a natureza. Dizem os magos que o encanto ou encantamento modifica o comportamento físico e psicológico das pessoas. São muitas as lendas que, sob o véu da fantasia, revelam esse poder sobrenatural.

DRUIDAS - (do celta: derw, por cima de, superior) Misteriosos sacerdotes que atuavam na Bretanha e na GáIia. As mulheres também eram iniciadas nos segredos da Ordem Mística. Não usaram a palavra escrita. Seus cânticos e os "mistérios sagrados" eram ensinados verbalmente ou passados de boca a ouvido. Politeístas, jamais porém concretizaram a imagem de seus deuses. A grandeza de sua doutrina estava sintetizada na "obediência aos ditames sagrados, preservação da felicidade humana e resistir heroicamente às dores físicas e morais, sem revolta ou lamento".

PARAPSICOLOGIA - (do grego: para, além de, e psykhé, alma; e logos, tratado; e o sufixo ia) Como definição mais plausível, é a tentativa de um método científico de perquirição dos fenômenos aparentemente inexplicáveis dos poderes mentais e psíquicos do homem e dos animais.

PARA-ÓPTICA - (termo empregado na Parapsicologia) Admissão de um meio psíquico de "ver", sem o auxílio dos olhos.

DERMO-OPTICA - (do grego: derma, camada da pele, subjacente à epiderme; e optkos,. relativo à visão) Equivalente a ver pela pele, ou seja, com um simples toque dos dedos ou das mãos.

ESTÍMULO - do latim: stimulus) No campo espiritual é a energia mental que, mediante certos pensamentos ou idéias, atua na ampliação da sensibilidade e da inteligência.

MOVIMENTOS INCONSCIENTES - Palavras, atitudes e gestos involuntários que surgem, ora impulsionados por emoções não reveladas, ora por agentes espirituais que atuam sobre a psique humana. Os sensitivos podem falar, dançar e criar obras de arte por emissões vibratórias de seres que vivem no campo astral.

CRIPTOGRAFIA - (do grego: kryptos, oculto; e graphein, escrever) Escrita secreta, muitas vezes usando alfabetos desconhecidos pelo vulgo, emitida de Iniciado a Iniciado. Entre as Grandes Fraternidades as cartas eram criptografadas como meio de preservar a Sabedoria Divina.

NUMEROLOGIA - (do latim: numeru + Iog(o) + ia) Valor da vibração do número relativa à análise da personalidade humana.

ESPERANTO - (do latim: sperare, esperar) Língua que visava maior comunicação entre os povos. Criada pelo humanista Ludwig Lazar Zamenhof (1859-1917) que, além de seu sentido prático, engendra o despertamento do autor para o que ele chamou "idéia interna, atinente à força espiritual contida no íntimo de todos os seres.

ÉDEN - (*v.paraíso)

POLITEÍSMO - (do grego: polys, muito + théos, deus) Crente em muitos deuses ou deusas.

CADUCEU - (do Iatim: caduceu) Símbolo que, sob a configuração de duas serpentes aladas e enroscadas entre si, expressa a dualidade do ser humano e da vida. Os deuses o figuraram nas mãos de Hermes (Mercúrio, dos romanos) no sentido de transmissor da vontade divina.

LIMBO - (do latim: limbu, orla) Termo teológico que significa a região da alma das crianças que deixaram o mundo. Para a Igreja é lugar de transição purificadora que as livre do pecado original. O ocultista vê no limbo uma região astral onde os pequeninos encontram a felicidade e a alegria que o mundo não lhes pôde dar em vida.

A DUALIDADE DO SER

Estamos plenamente com Ptatão, que dá o término da liberdade quando as paixões se declaram. Definimos esta liberdade no impulso de escolha entre os desejos do Ego (personalidade mortal; matéria) e a criatividade do Eu (individualidade imortal, espírito).

Quando cedemos ao Ego, esbarramos comumente no limite do desejo. O Ego, impelido pelo instinto, precipita-se no excesso dos desejos e os quer sempre plasmáveis a seu talante. Por isso, não raramente, levados pelo Ego, aspiramos às vezes ao impossível e nos desesperamos.

Eu, no entanto, sabe quão exíguas se apresentam as oportunidades da realização dos desejos. O Eu, desta forma, nos previne de muitos sofrimentos morais, quando nos faz descobrir que estes, amiúde, são resultantes de desejos contrariados.

Referindo-se certamente ao limite que devemos traçar para nossos desejos, Kant adverte que a ação é livre quando a consciência a determina contra os desejos. Daí ele ter criado o "racionalismo da liberdade". Não agrada ao Instinto levarmos nossos desejos à luz clara da Razão. No uso de nossa Iiberdade, não permitamos que os desejos, que tantas vezes nos levam à perdição, ajam à sombra da Razão e venham a nos comprometer de modo irremediável.

Vê-se assim que a Razão é freio do instinto. E somente desta forma este não nos perturba a Paz interior e podemos lograr a liberdade verdadeira - que é sempre subjetiva.

Os Mastros do Coração


Aos que se afastaram de mim,
Sem nunca me dizerem "adeus",
Eu os espero no cais
De minha saudade,
No porto da recordação.
 
Se eles voltarem,
Farei de meus braços
Os mastros de meu coração.
E sorrindo às espumas da alegria,
Eu as conduzirei no meu peito
Com o barco que corta os mares
De um horizonte sem fim... 

E nunca mais o "adeus", então, diremos
Na viagem de todos nós...
Juntinhos na praia sob o mesmo céu
Que o vento nunca desfaz.