Encontro dos Afins

Já dissemos que "a bandeira mais bela é toda branca e tremula, liberta, no ápice de nossa Consciência"... Este símbolo da Paz não pode ser imposto; naturalmente surge de nossas melhores cogitações, nos planos mais sutis do pensamento. A reflexão de todos, sem obrigatoriedade, gerará o elã de transformar o sonho em realidade... A bandeira da CORRENTE DA PAZ não veio para enfrentar pelotões, mas para ser o símbolo de todos os afins que possam ouvir nossa voz e compreender nossos propósitos – almas que sintam nosso carinho, sempre chamando místicos, intelectuais, artistas e gente sensível à ampliação desta mensagem que é vital no momento presente.

Não importam as divisões de religião, raça ou posição social; não há mais tempo para a política, como se nos é apresentada; precisamos do encontro dos afins, encontro para além das divisões que entristecem. Uma religião a mais é uma confusão a mais. Muito menos formaríamos partidos, porque procuramos ser inteiriços junto à Unidade de Deus.


 

ESSENCIALISMO

CULTURA E CIÊNCIA

          É inegável o valor da cultura como meio de catalogação das experiências, mas de nada esta valeria sem a luz da Inteligência, em termos superiores e místicos, para dirigi-la em benefício do Homem e da Raça Humana.
          O mau emprego da Inteligência, em termos culturais e científicos, comprova a necessidade ingente de retorno às fontes legítimas da sensibilidade humana, sem a contaminação das influências que misturam a água pura da Alma ao sangue do sacrifício. Sacrifício de ser gente, criatura humana, com direito de sonhar livremente e tecer grinaldas de inspiração para a fonte da Vida. Mas não. Em vez de dizermos eu sou, obrigam-nos a falar sempre somos.
          Ninguém nos tira das malhas do tumulto que a sociedade nos lança, se não encontrarmos, por nós mesmos, as asas iluminadas pela Inteligência, no plano superior de nosso ser, pleno da Essência Vital.
          O pensamento moderno, que é o resultado em cadeia do materialismo ativista, não achará justo o que afirmamos porque não admite a alma como uma Essência Vital que se sobrepõe ao corpo.
          Só há Liberdade real na subjetividade criadora do ser. Em termos essenciais somos livres. Em termos existenciais somos prisioneiros.
          Há uma superioridade oculta em todo ser, escondida em todo indivíduo, mas que, por fim, transparece como fruto do Amor somente encontrado plenamente no reino do EU verdadeiro, na pátria da Consciência Superior.
          O Amor é um meio de transmissão da energia que permite a expansão benéfica e crescimento de todas as nossas faculdades criadoras.

TRECHOS EXTRAÍDOS DA OBRA
FILOSOFIA E CIÊNCIA DA ÍNDIA


O ponto essencial da grande mensagem está calcado na unidade perceptiva de todos os seres através de uma contribuição preciosíssima da Índia: a meditação.
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Cremos que o método da meditação seja a porta da harmonia universal que a Religião, em seu aspecto superior, apresenta como meio da unidade conquistada por todos os seres mediante um encontro único: Deus presente no Eu Superior.
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A meditação levará a Humanidade a compreender que ela não é um simples joguete nas mãos do Karma. Cremos mesmo que o Karma se aquiete quando a meditação é procurada.
                                                     
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A meditação é o meio de vivência com o Eu (presença de Deus no Homem). A criatura supera-se a si mesma unindo-se a seu criador.
                                                      
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Todas as aparentes fantasias nada mais são que os aparatos próprios da religião – um sonho a mais longe do mundo, no afã de esquecer a dor. Enquanto a Filosofia, de um modo certo ou errado, tenta o meio de vencer a dor. Talvez nestes dois verbos (esquecer e vencer) esteja o mistério que separa a Religião da Filosofia.
                                                      
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Todas as grandes escolas nos mostraram ser nula qualquer procura filosófica sem a presença indefectível da meditação. E não existe religião orientadora sem a devida base filosófica de sua organização.
                                                      
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A grande mensagem da Índia sai do tronco básico do mergulho do homem em si mesmo, ramificando-se em duas partes: Religião e Filosofia. E o tronco que sustenta as ramas é a meditação.
                                                      
* * *


          As flores são deslumbrantes de cores e formas. Já te ocorreu quem é o Jardineiro que as cuidou? Nunca te lembraste, ao veres verdejantes florestas, daquele que as vivifica e alimenta com seu Amor? E ao despertares, pensas naquele que criou o Sol e que por seu intermédio derrama vida e calor sobre tudo quanto existe?
          Por certo sabes a quem me refiro. Falo de Deus, criador dos Universos, fonte infinita de onde emana tudo quanto vemos e somos.
          Assim como as flores, também as almas são mensagens coloridas de Deus que, sendo Amor, nos criou à sua imagem e semelhança. O perfume que evola das flores da alma é a boa ação que praticamos e os sentimentos puros que, como preces, sobem aos céus infinitos nas asas do pensamento. E quem pode interferir no diálogo da alma com o Criador? Ninguém.
          E Deus nada pede em troca e é a presença carinhosa que conforta no momento de tristeza.
          Quantas vezes pensamos estar sós, sentindo o peso descomunal da solidão... Não, meu irmão, não és um solitário. Tens Deus em tua própria alma. És a rosa perfumada de seu Jardim, cuidada por mãos carinhosas que velam por ti. Quantas vezes essas asas de luz chegam até tua dor, materializadas nas mãos de teu irmão de infortúnio que te conforta e te assiste no transe mais difícil de tua caminhada no mundo?... Já pensaste nisso?
          Não te esqueças nunca de que Deus, Senhor do Jardim da Eternidade, não abandona seus filhos... Procura unir-te ao Supremo Bem, oferecendo-lhe o perfume – o perfume da alma em prece – a flor querida de seu Jardim. Para Deus, Pai carinhoso, não existem flores sem perfume. Apenas flores que talvez ainda não desabrocharam suas pétalas. Encontram-se em botão, na promessa da flor que serão um dia. Tudo obedece à Lei imutável da evolução.
          Olhemos com respeito cada criatura como manifestação da divina Vontade... amparando aqueles que necessitam de proteção, consolando os tristes, pacificando aqueles que estão conturbados, compreendendo aqueles que se encontram em conflito... cooperando, enfim, para a harmonia de nosso Planeta-Jardim que flutua no Espaço Infinito.





Minha gratidão, ao Anjo-mulher que encontrei em minha vida, estética e espiritualmente, transborda de meu coração.
    Muitas viagens no plano astral fizemos juntos. Nossa afinidade ultrapassava os limites corpóreos e sensoriais, pois era comum nos comunicarmos telepaticamente. O dragão do mundo nos separou (fisicamente). Nossas almas continuaram e continuam sob a luz de um único Astro... e assim será por toda a Eternidade. Devo-lhe a vida em seu aspecto espiritual.
Muitas vezes a vejo em seus 'desdobramentos etéricos' e seu perfume se faz em bálsamo, quando domina o espaço, nos momentos aflitivos.
OO

Nossos 'segredos iniciáticos' não tenho coragem de relatá-los.

Daí, hoje, chamá-la de 'Madona do Silêncio'. Neste SIlêncio que esconde o plano das vibrações, além da matéria (e da distância) onde nos encontramos. Minha Iniciação Estética estaria incompleta se não tivesse conhecido o mais misterioso compositor e pianista, entre todos que tive a oportunidade de ver e ouvir.
    Quando fui apresentado por um amigo ao 'misterioso artista', tinha eu aproximadamente 18 anos. Indo à sua casa, ele me recebeu como se fôssemos velhos conhecidos. Abraçou-me e logo disse:
     – É um prazer vê-lo aqui neste meu universo habitado por milhões de notas musicais...
     Curioso como sempre, perguntei-lhe:
     – Essas notas musicais brotaram de seu piano? Antes que eu pudesse fazer-lhe outras perguntas, ele se retirou, deixando-me sozinho numa sala, onde chamou minha atenção um piano todo branco, tendo a seu lado uma coluna de mármore rosa, sobre a qual estava um pequeno busto de Beethoven, em bronze. Nas paredes, os retratos a óleo de Wagner, Mozart e Bach se destacavam entre outros músicos desenhados a carvão."

          O que caracteriza os fortes é a firmeza nos seus propósitos. Por isso é bom meditar antes de falar e pensar antes de agir.
          Nada turba tanto quanto a inconstância. Isso para o inconstante, bem como para os que se acercam de tais temperamentos. A positividade da ação ponderada e coerente é grande fator de vitória.
          Erasmo de Roterdam, satirizando certos temperamentos, disse que muitas criaturas "têm duas línguas, uma para dizer o que pensam e outra para falar conforme as circunstâncias – quando o querem, têm talento para fazer o preto parecer como branco e o branco como preto, soprando com a mesma boca o calor e o frio."
           Erasmo se referia ao seguinte apólogo: "No máximo rigor do inverno, certo camponês recebeu um sátiro em sua cabana. Ao ver que o camponês soprava as palmas das mãos, perguntou-lhe o sátiro: 'Por que faz assim?' Ao que o outro respondeu: 'Para me esquentar com o calor do bafo.' Mais tarde, posta a mesa, vendo o sátiro que o camponês soprava uma comida muito quente, perguntou-lhe por que fazia o mesmo com a comida. Ao que respondeu o camponês: 'Para esfriá-la.' Então, o sátiro levantou-se subitamente e lhe disse: 'Como?! Pela mesma boca, você põe para fora o calor e o frio? Ah! Não quero negócio com essa gente!' E assim dizendo saiu correndo..."
           Na verdade, é de se sair correndo... desses que não têm palavras positivas e falam não quando pensam sim, e sim quando pensam não.
          A contradição anda como reboque no carro das palavras insinceras. Acena para quem espera a Verdade, na plataforma da Vida, e oferece a Mentira.
          Enquanto os fracos apunhalam a sinceridade, os fortes esbarram nas pedras do caminho, indo e voltando muitas vezes, batendo nas mesmas portas, até que tudo seja revelado. Assim, grande parte da preciosa energia do homem tem sido consumida inutilmente, porque a mesma boca, segundo os interesses secretos, ora sopra frio, ora sopra quente... inutilmente sim porque, cedo ou tarde, a Verdade toma o cetro e senta no trono da Luz!

Conhecimento e Verdade
Disse Jesus: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará."

Dois verbos são usados por Jesus:
Destaca conhecer e libertar.
Vê que a libertação de todo ser
Na experiência humana vai estar.

Nunca basta somente conhecer
Se a Verdade total não se fizer.
Pois ela, dentro da alma, vem brilhar
Na luz do Eu, inteira, a esplender.

O Ego colhe, em si, o aprendizado.
Porém se, deste, nada se aproveita,
Desperdiçando o tempo inutilmente,
Toda a trama da luz fica desfeita.

Se a Verdade integral é conhecida,
Toca de Sol o Karma então vivido
E a gente compreende que o destino
De todo mal se torna redimido.

Só a Verdade tem a oculta essência.
De tudo que acontece em nossa vida.
Apenas conhecer é muito pouco
Para aclarar a senda percorrida.

Está, portanto, na Razão Suprema,
Encontrada na oculta divindade,
A presença do Cristo Interior –
A porta que nos leva à liberdade.

OO

Desenho de Luiz Goulart

Liberdade do mundo que maltrata
Sem conhecer a causa da aflição.
Por isso que Jesus nos aconselha
Encontrar na Verdade a redenção.

O mundo é um chamariz vertiginoso para o esquecimento de Deus. Adia-se o encontro com o Eterno para amanhã, para depois... Adia-se o Bem maior pelo hábito da acomodação. Ora, só se conseguem vitórias com disciplina. Se oração não for o bastante, que haja a meditação, até mesmo o jejum – e veremos se as mudanças não ocorrerão.

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Nos milênios de um ciclo racial a consumir-se, que fez o homem tão distanciado de seu espírito? Declarou guerra, matou seu irmão, traiu, mentiu, roubou – toda a Lei divina foi rasgada diante dos olhos do Infinito. Mas nada impedirá a evolução. Nossos pequenos desejos pessoais nada são diante da Lei. A evolução não pode ser travada: Deus quer, o Universo caminha e a Vida é.

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É a própria Misericórdia que nos deixa diante da Lei. Lei que nos redime, entre os apertos de causas e efeitos, até que nossos olhos deixem de chorar... Morrem em nós as ilusões para que o Conhecimento da Verdade nos liberte, segundo os ensinamentos de Jesus.

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Não estamos sós, em nossos passos conscientes pela estrada da evolução. Há uma falange imensa de benfeitores a agir sem tréguas pelo bem da Humanidade. Como os chamaríamos: anjos, arcanjos? São muitos a curar enfermos, consolar aflitos, servindo no plano espiritual ao Cristo – representante máximo da Unidade cósmica. No Oriente chamam-nos de devas, ou ainda de djans chohans, e são de várias hierarquias. Há alguns tais, de tão grande transcendência, que são confundidos com a própria divindade.

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No desespero nunca chegaremos lá. Tudo no Universo é tão simples... Por que não seríamos simples também? Não há teorias para Deus. Deus é simplicidade. Ele é o Bem, criando indefinidamente as possibilidades de aprimoramento. Ele é o Amor.

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Todas as vezes que usamos o Perdão – princípio básico do desenvolvimento do amor – nos sentimos calmos e felizes. Todas as vezes que condenamos, usamos o ódio – que nos queima e nos machuca. Quem é nosso pior inimigo, senão nós mesmos?

TRECHOS EXTRAÍDOS DE PALESTRA REALIZADA POR LUIZ GOULART EM 1957

Quando falarmos em quietude, paz, serenidade, não procuremos admitir que se deseje um alheamento sem sentido das coisas e das criaturas. Nunca! Procuremos a paz construtiva, onde esteja sempre presente o Amor. Somente assim pode a serenidade tornar-se duradoura.
          Tenhamos em mente que nada de belo ou perfeito pode estar dissociado do Amor. Deste tudo nasce. Até a aparente destruição é obra da transmutação de forças, de valores e de energia. Portanto, o Amor permanece até nas transformações de tudo que, aparentemente, termina.
          Vendo-se o Universo pelo prisma do Amor sentiremos que a própria Morte é diferente do pavor que muitos lhe emprestam. Descobrimos que nada morre, mas sim tudo se transforma e a Vida prossegue além de nossa visão limitada.
          A flor fenece para que o fruto nasça. Mas terá a flor desaparecido de nosso olhar, sumido diante dos olhos da Vida?
OO
Se verdadeiramente nada se perde, das pétalas do lírio fenecido surge a pureza do olhar que contempla o mundo sem maldade. Do pássaro morto entre as flores do jardim, há de brotar certamente o par de asas do sonho que canta no seio da juventude. Do ancião que parte, novas vidas de esperança nascerão.
          Olhemos, cheios de paz, a Vida e os olhos d'alma alcançarão a quietude, onde o Amor espera novas oportunidades para a transformação da Energia Eterna.
          O Universo nada mais é que o canal por onde corre o sopro de Vida que permanentemente tudo anima. Foi o Amor que soprou o fôlego de vida "e o homem foi feito alma vivente" – segundo o Gênesis.
          Sabemos que tudo vibra. Nada está sem vida. O próprio mineral guarda em seu coração de pedra o sangue de luz do Amor. Porém, só a paz de espírito nos permite ouvir o silêncio das coisas aparentemente inanimadas.


          Estranho e misterioso ser... Quem te julgar apenas como a fera que odeia e destrói cidades na sanha animalesca das guerras, que mata como Caim ou usa a voz para ofender e caluniar... Ah! Estranho ser, misterioso ser humano. Quem assim te julgar, verdadeiramente, não te conhece.
          Basta olhar o beijo das mães nas faces de pétala de flor das crianças; basta contemplar o gesto de fraternidade que acolhe os aflitos e ampara os fracos na beira do abismo... Basta sentirmos o aroma da prece que se evola em nuvens de luz para envolver a humanidade... Basta esse Amor que é a vida oculta e a manifestação do princípio de Unidade, num beijo de harmonia que toca, desde o lodo até a morada altiva da mais radiosa das estrelas!
          Jean Aicard, o poeta suave, iluminando a literatura francesa, deixou nestes versos a doçura do quanto pode o homem unido à chama interior que traz à Terra o Santuário da Beleza do coração dos homens; eis os versos:

"O homem não é, por fim, um tão triste animal!
Não se é mau sem razão: um mal paga outro mal.
Sonda do coração a profunda guarida:
Toda alma que te fere é outra alma ferida.
E, se o não foi por ti, foi por teu semelhante;
Oferta-lhe, portanto, o bálsamo calmante
De um conselho de paz. Todo agressor em fúria
Responde a uma esquecida ou a uma recente injúria.
'Que é da tua ferida?' a quem te fere indaga
E o que punge verás no horror da sua chaga.
Mostra-lhe o coração, mostra-lho. Em breve espaço,
Sem arma, o coração desarmou o seu braço.
Apenas de ser bom a bondade depende:
Um mal vem de outro mal, um ódio outro ódio acende;
E, para dirimir esta eterna questão,
Em vez de 'Represália', exclame-se: 'Perdão!'"

          O Perdão, como diz bem o poeta, é a luz íntima revelada. O meio extraordinário de ligação do homem com o deus que mora em seu coração, para mais unir e estreitar a humanidade num abraço de luz que prove não ser o homem apenas o animal que odeia e destrói cidades.


VERBETES DO
GLOSSÁRIO ESOTÉRICO
DE LUIZ GOULART

LICANTROPIA – (do grego: lykos, lobo e anthropos, homem) Transformação do homem ou mulher em lobo. Terrificante aparição que os ocultistas justificam como projeções do astral* materializadas em lugares sombrios. Fantasia ou realidade, apelemos para Victor Hugo quando diz que "toda lenda tem um fundo de verdade"...
LINGA SHARIRA – (sânscrito) Equivalente ao duplo-etérico*, parte do astral* que retrata a forma física do homem. A literatura mundial tem-se valido desse duplo em curiosas histórias.
LOGOS – (do grego: logos, verbo) Na filosofia de Platão: Deus. Entre os neoplatônicos, um dos aspectos da Divindade. Para os teósofos, possui três aspectos: 1) Logos não manifestado; 2) Logos como espírito da Vida, emanado do 1o; 3) Logos manifestado, as-sumindo a ideação da Vida medi-ante o Pensamento Cósmico.
LÓTUS – (do grego: lotós e do latim: lotu) Planta sagrada de preferên-cia na Índia e no Egito. Enfim, todos os místicos sentem-se iden-tificados com a flor de lótus, quando em meditação. Não importa a variação de suas cores – branco, azul ou vermelho – sem-pre se caracteriza como despertamento espiritual. Por isso é símbolo do Universo.
MAGIA* – (do grego: mageía - v. teurgia e goécia)
MAGNETISMO - (do grego: magnétes, imã) Embora existente em todos os reinos – mineral, vegetal e animal – tomou, depois de Mesmer (1734-1815), o nome de "magnetismo animal": uma força ou energia emanada conscientemente do homem. Motiva efeitos que chegam hoje a confundir-se com o poder dominador do hipnotismo (talvez sendo este a força magnética do agente hipnotizador sobre a passividade do paciente hipnotizado).
MANU – (deriva da raiz sânscrita: man, pensar) Supremo Legislador da humanidade. O primeiro Manu foi Swayambhú (que significa o que existe por si mesmo) ao qual se atribui o "Código de Leis do Manu", ou seja, o "Mana-va-dharma-zâstra". Houve quatorze Manus, todos eles patronos das raças surgidas em cada Manvantara ou Dia de Brahmâ*, que corresponde a bilhões de anos solares.
MATERIALIZAÇÃO – (do latim: materia) Fato muitas vezes registrado pelo Espiritismo: um ser ou alma invisível assume a forma material mediante captação de energia tirada de um médium* e mesmo das pessoas que assistem ao fenômeno. Muitas vezes surgem materializados objetos como jóias, flores etc.
MATESE – (do grego: mathesis, instrução) Critério filosófico que aborda a biologia com base no ocultismo*.
OOO

MÂYÂ – (sânscrito) Equivale à Ilusão. Na filosofia hindu tudo que não é eterno e imutável é considerado mâyâ. Figura neste sentido todo o universo constatado pelos sentidos humanos; sendo os corpos de tamanhos colossais considerados como mahâ-mâyâ ou grande ilusão.
MEDITAÇÃO – (do latim: meditatio) Processo místico de superar a atração dos sentidos pelos objetos externos, tendo sempre a atenção voltada para o interior ou diretamente para o Eu* superior. Estado que permite o recebimento de Idéias próprias da Mente* divina. (*v. manas) HIPERESTESIA - (do grego: hiper, sobre e estesia, sensação) Estuda os estímulos e sensações próprios de pessoas de sensibilidade psíquica que ultrapassa os limites da normalidade ções próprios de pessoas de sensibilidade psíquica que ultrapassa os limites da normalidade.
RADIESTESIA – (do latim: radius, radiação e do grego: aisthesis, sensação) Faculdade de receber as reações eletromagnéticas. Algumas pessoas possuem essa percepção inata. É comum o uso do pêndulo radiestésico de cristal na constatação das energias dos objetos.
EVA – (do hebraico: havad, viver) Esote-ricamente, Eva significa alma e Adão, espírito. Por expressar a alma, representa a força que tudo anima, a essência que alenta a natureza. Por seu sentido hebraico, ela é a própria vida.
BEM - (do latim: bene) O que é bom conforme a moral. Sentimento espiritual que proporciona felicidade a quem o sente e àquele que o recebe. Entra na composição sempre luminosa nos adjetivos bem-afortunado e bem-aventurado. Junto ao Belo e à Verdade, faz parte dos três princípios básicos da filosofia de Platão.
BELO – (do latim: bellus) Qualidade estética que desperta prazer espiritual e admiração. Suprema perfeição harmônica, existe quanto aos fatores morais, como também nas artes e nos elementos criados pela natureza e vistos pelo homem. Junto ao Bem e à Verdade, faz parte dos três princípios básicos da filosofia platônica.
VERDADE – (do latim: veritate) Qualidade daquilo que é verdadeiro. Princípio moral, espiritual e científico que dignifica o homem. Ato de absoluta sinceridade. Sobrepuja os defeitos de toda ordem e as dúvidas humanas. Junto ao Belo e ao Bem, faz parte dos três princípios básicos do platonismo.



O Caminho do Coração

          Há uma companhia inevitável para aqueles que escolhem o Caminho do Coração: a Dor. Almas a caminhar pelo mundo, teremos tantas vezes a túnica encharcada de pranto e nos lembraremos do Nazareno, em nossa aflição. Encontraremos o Gólgota, nesta nossa vida de iniciantes, em busca de Sabedoria. Ao escolhermos o Caminho do Coração, chegamos à Iniciação pelo Amor – e este é o caminho do Cristo.
          Ainda muito longe da Unidade primordial, debatemo-nos em terrível dualidade: nós nos julgamos em nossa personalidade e sofremos entre sucesso e fracasso, aprovação e desaprovação, inferioridade e superioridade – quando a verdadeira grandeza é a do Eterno que está em nós.
          De cada página que se abre no Evangelho, é como se uma revoada de pássaros dali se desprendesse... Precisamos acompanhar o bater de asas de cada palavra do Mestre: isto nos conduzirá à morada de Deus.
          Enquanto este retorno não se faz, os olhos vão procurando, em meio às tempestades de mar bravio, esse clarão de farol potentíssimo que nos vem de cada ensinamento de Jesus, pelo Caminho do Coração.

Impossível

 

Não é possível fenecer
O que sentimos plenamente.
A saudade se eterniza.
Por que há de, em nós, findar
O que mesclou sua presença
No momento que foi nosso
Quando a imagem espelhou-se
Em nosso ser?
E a aura de alguém que entrou
Em nossos olhos?
E a música da voz que penetrou
No caracol de nosso ouvido?
E o perfume do beijo
Que umedeceu a nossa boca?

Não! Não é possível,
Ao menos como essência,
Em o nada diluir-se
A parte do universo
Que comungou de nosso hálito
E se integrou como sombra
Em nossa sombra,
Como luz em nossa luz...