Agora, companheiros, vamos sendo provados como pacifistas, do modo que Luiz Goulart dizia ser um desafio: passar no meio do tumulto do mundo, sem ilusões, aprendendo e renovando o propósito de se manter firme na serenidade, para poder retransmitir PAZ.
Quem se deixa contagiar pela mente coletiva está tumultuado, sente raiva e fica muito doente. Há o turbilhão dos viciados na agitação (só assim se sentem vivos) – e uma guarda avançada, minoria dos que constantemente se renovam na fé e fielmente se dedicam a ser dínamos retransmissores da Paz. Não podemos ter dois proveitos no mesmo saco: ora mentalizando a paz, ora sentindo muita raiva, esfacelando nosso vital a tomar satisfações, tontos no turbilhão, partidos na divisão e perdendo o prumo.
Temos que decidir de que lado estamos: dos doentes ou dos sãos? A Humanidade está doente, afirmava o Instrutor. Não só ele, mas os Mestres sempre nos suplicaram que lembrássemos à humanidade (à nossa própria humanidade) que os doentes da Alma devem aprender a curar-se a si mesmos. E o começo da cura se faz com boa definição e vontade de se olhar, sem medo – e procurar a própria cura.
Ninguém pode se curar na paz, se tem a gana do discutidor. Isso vem da agitação do corpo vital deseducado, que lhe incendeia a psique; ora, essa agitação não para, quando se quer. Quem inconsequentemente aciona a agitação, no vício das polêmicas, sabe, pelo próprio vício, que deverá amargar enjoos, mesmo com arrependimentos… Até que, humilhado, de novo passe um tempo quieto, parecido com hibernação. Nesse jogo dual e combativo, gasta-se a existência – e lá se vão os melhores dons, a graça da serenidade e todas as possibilidades regeneradoras que a natureza sempre oferece a seus filhos.
Não importa que pareçamos indiferentes ou anacrônicos, companheiros. Pensemos mais alto com Tiago, que nos diz: “O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”