Sintonize com o Coração
Maximo Ribera
Vocês se lembram daqueles aparelhos antigos de rádio, onde trocávamos as estações rodando um grande botão ao qual chamávamos de dial? Mudávamos de estação para ouvir música, noticiários e novelas.
Às vezes o rádio apresentava um tipo de problema que nos impedia de sair de uma estação. Isso acontece hoje também com os aparelhos modernos. Ficam presos a uma estação virtual ou real. Deixam-nos desesperados, pois não nos obedecem.
Isso acontece conosco também, com nosso aparelho interno, em nossa vida mental. Quando tentamos nos desvencilhar de um pensamento que nos persegue, sentimos que algo nos prende a uma estação mental indesejada, e desconhecemos o lugar do dial, para procurar outra faixa melhor.
Por mais que os fatos mudem em torno de nós, fica uma forma-pensamento presa. Nasce a ideia fixa. Um problema para resolver, que se torna tão forte, e nos faz perder a dimensão das coisas que estamos vivendo mentalmente. Parece que não há solução.
Mas há solução, quando descobrimos que é fundamental mudar o pensamento da faixa mental em que estamos, e ir para outra faixa mais amiga. Imaginemos que nosso “rádio” tem um “botão” especial que nos fará localizar a alegria em nova estação.
Comecemos um trabalho para abrandar a força mental grosseira, primária, que nos dirige porque deixamos o instinto usá-la por nós. O sinal vermelho é quando nos vêm frases como: “Estou com a mente cansada, minha cabeça está pesada, parece que estou num beco sem saída, não há como resolver.” No entanto, há como resolver, repetimos.
Um exercício de amorosidade, mesmo nas piores condições mentais em que estivermos: procuremos contemplar mentalmente uma rosa, navegar em regiões leves; em belos jardins, mesmo imaginários, num lago com um cisne singrando as águas tranquilas.
Vamos tentar, porque estaremos assim mudando nossa estação mental densa para outra mais sutil, onde mora a Beleza.
Experimente a afetividade consigo mesmo; assim você abrirá o portal do amor à sua grandeza interna, à fonte de sua luz interior. Nesse momento, os seus problemas, mesmo não resolvidos ainda, ficarão quietinhos e você poderá captar na estação certa, as melhores soluções para resolvê-los.
Assim, mesmo entristecido, se eu me lembrar que dentro de mim há um anjo de afeto sempre disposto a me ajudar a resolver – talvez não tão rapidamente – o problema externo, sobretudo uma defesa contra os ataques que eu mesmo estou proferindo sobre mim, por causa do problema externo, darei início a uma busca mais salutar: Escolher a melhor estação mental para me abrigar, enquanto avalio as melhores soluções para o que parecia impossível de resolver.
Então, terei a surpresa de descobrir um novo “dial” para trocar as estações do pensamento: Chama-se coração. Ele nos ajudará a construir uma nova estação, de auto-afetividade, que permanecerá ligada em meu “rádio” interno e não permitirá mais a tirania dos pensamentos abandonados ao comando do instinto.
Resumo: Permita que o coração assuma o comando. Ele é o cireneu de nossa vida!
Paz e Cristo!